quinta-feira, 3 de junho de 2010

Exegese

"Nudez, último véu da alma
que ainda assim prossegue absconsa"

............................................C.D.A


Tuas mãos seguravam o meu rosto, lisas cândidas. Não usava roupas e nem estava nu, jogados, sobre um tapete de algodão o chão do teu quarto de cores muitas, desbotadas, eu você, o meu sonho nos beijávamos, pálpebras entrefechadas. Tua mão no meu pescoço eu adentrava a tua pele suada por debaixo da blusa teu peito pungente do qual nunca a rosa, a tua blusa branca e justa da cor da tua pele. Teus olhos fechados e as cores fortes do teu quarto, das tuas fotografias, a minha mão descia pela tua barriga, em dedos abertos, quente a palma da mão ouvia tuas lástimas. Com a ponta das unhas a tua calcinha prata escura meus dedos deslizavam por entre pelos na tua nuca, teus cílios marejados Vênus nascia do teu ventre. Verde-azul, o cortinado dos teus pés, teu suspiro surdo e a maçã rosada do teu rosto que desce aos ombros teus, pelos de ouriço negro na areia, a tua mão a minha mão embebida segurou,
e virava as costas,
curvas, nua.
Tomo minhas as tuas mãos
e te envolvo nos meus braços
me aquecendo no teu corpo.
Meu pênis ereto rente
à pele morna da tua coluna
ligados por seminal promessa.
Nosso cheiro profundo pelas paredes
como nossa última memória.